Câmara desiste de prisão de Danilo Gentili, mas quer tirá-lo do Twitter

A Câmara dos Deputados desistiu do pedido enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) para prender o apresentador Danilo Gentili. Mas, agora, quer que ele seja retirado do Twitter.

pedido de prisão foi no início de março, depois de Gentili publicar na redes social que só acreditaria que o Brasil “tem jeito se a população entrasse agora na Câmara e socasse todo deputado que está nesse momento discutindo a PEC da imunidade parlamentar”.

O contexto era a votação da PEC que reduzia as chances de deputados serem presos da forma como foi Daniel Silveira (PSL-RJ). O Supremo determinou a detenção de Silveira depois de ele publicar vídeo com ofensas a ministros da Corte.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conseguiu apoio suficiente a proposta acabou não sendo votada.

No pedido de prisão de Gentili, a Câmara queria que o apresentador tivesse o mesmo tratamento que teve Daniel Silveira. O deputado citava violência física contra ministros, assim como Gentili levantava essa hipótese nos casos dos deputados. Silveira foi preso em flagrante.

Em 10 de março, a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestou sobre Gentili. Foi contra prisão. Mas defendeu as seguintes medidas cautelares:

  • Redes sociais – “proibição de frenquentar redes sociais apontadas como meios da prática dos crimes ora sob apuração”;
  • Proximidade da Câmara – “proibição de se aproximar menos de um quilômetro da Câmara dos Deputados”;
  • Manifestações – “proibição de mobilizar, organizar ou integrar manifestações de cunho ofensivo a qualquer dos Poderes da República, ou de seus integrantes, ou que incitem animosidade das Forças Armadas contra qualquer instituição de Estado”;
  • Sem viagens – “proibição de ausentar-se da comarca de sua residência sem autorização judicial”;

O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que mandou prender Silveira. A interpretação é que o caso tem correlação com o controverso inquérito das fake news, que corre também sob supervisão do ministro.

Até o momento ele não decidiu sobre esses pedidos. O andamento do processo pode ser acompanhado neste link.

A defesa do apresentador também se manifestou ao STF, no mesmo dia que a PGR. Disse que o caso não deveria ser julgado no Supremo. Também afirmou que as medidas são desnecessárias. Citou que Gentili tomou a iniciativa de excluir o tuíte e se retratar.

No dia seguinte, 11 de março, houve nova manifestação da Câmara, representada pelo advogado Thiago Pessoa.

“No que respeita à prisão em flagrante, o escoar do tempo e, se assim é possível qualificá-la, a mea culpa feita pelo senhor Danilo Gentili, ao excluir das redes sociais seu odioso “tweet”, afastam, a priori, o flagrante de outrora”, escreveu Pessoa.

“Por outro lado, inafastável se mostra a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, tendo em vista a gravidade e reprovabilidade dos fatos noticiados”, argumentou o advogado.

Ele pediu ao relator, ministro Alexandre de Moraes, o deferimento das medidas cautelares, “nos exatos termos alinhavados no parecer do Parquet“. “Parquet” é uma forma de se referir ao Ministério Público do jargão jurídico.

Fonte: Poder 360/MS

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