As Bolsas da Ásia fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira, 4, seguindo o comportamento de Wall Street, à medida que os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, realimentando temores de que um salto na inflação possa levar banco centrais a elevar juros. Assim como em Nova York, as ações de tecnologia sofreram as maiores perdas no continente.
Na quarta-feira, 3, as Bolsas de Nova York encerraram o pregão em terreno negativo, após os retornos dos Treasuries retomarem sua recente trajetória de alta, gerando preocupações de que a inflação ganhará força em meio à recuperação da economia global, diante de novos estímulos fiscais nos Estados Unidos e do avanço global da vacinação contra a covid-19, e levará bancos centrais a rever suas políticas ultra-acomodatícias e, possivelmente, voltar a elevar juros.
Formado em boa parte por ações de tecnologia, o Nasdaq registrou a queda mais acentuada em Nova York, de 2,70%, o que acabou pressionando ações do setor negociadas na Ásia. Em Tóquio, por exemplo, SoftBank e Renesas Electronics sofreram tombos de 5,2% e 4,3% nesta quinta, respectivamente. Já no mercado sul-coreano, a Samsung Electronics recuou 1,9%.
Bolsas da Ásia
O índice acionário japonês Nikkei caiu 2,13% em Tóquio, a 28.930,11 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 2,15% em Hong Kong, a 29.236,79 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,28% em Seul, a 3.043,49 pontos, e o Taiex registrou queda de 1,88% em Taiwan, a 15.906,41 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto teve baixa de 2,05%, a 3.503,49 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 2,90%, a 2.294,67 pontos.
Na Oceania, a Bolsa australiana também foi tomada pela onda de mau humor disparada pelos Treasuries, e o S&P/ASX 200 caiu 0,84% em Sydney, a 6.760,70 pontos.
Bolsas da Europa
As Bolsas europeias operam em baixa na manhã desta quinta-feira, seguindo o comportamento de Wall Street e dos mercados acionários da Ásia, à medida que a retomada da alta dos rendimentos dos Treasuries na última sessão voltou a gerar apreensão.
Às 6h25, no horário de Brasília, o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,63%, a 410,58 pontos.
Na terça, as Bolsas de Nova York fecharam com perdas de 0,39% a 2,70%, depois que os retornos dos Treasuries de mais longo prazo voltaram a subir, realimentando preocupações de que a recuperação da economia global, em meio ao avanço das campanhas de vacinação contra a covid-19 e possíveis novos incentivos fiscais nos EUA, levará a inflação a ganhar força e forçará bancos centrais a rever sua postura acomodatícia e, possivelmente, elevar juros.
Tomadas pela onda de mau humor, as Bolsas asiáticas encerraram os negócios desta quinta com perdas generalizadas.
A aversão a risco persiste apesar de, nas últimas semanas, dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco Central dos EUA) e do Banco Central Europeu (BCE) enfatizarem que as medidas de estímulos extraordinárias, tomadas em reação à pandemia do coronavírus, irão continuar em vigor por muito tempo ainda.
À tarde, a atenção dos investidores vai se voltar para o presidente do Fed, Jerome Powell, que falará durante evento do The Wall Street Journal.
Antes disso, a agenda de hoje traz indicadores de desemprego e varejo da zona do euro, assim como dados do mercado de trabalho e indústria dos EUA.
Também às 6h25 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,99%, a de Frankfurt recuava 0,54% e a de Paris se desvalorizava 0,24%. Já as de Milão e Madri tinham perdas de 0,42% e 0,08%, respectivamente. Exceção, a de Lisboa exibia alta marginal de 0,04%.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa na manhã desta quinta-feira, revertendo ganhos de mais cedo, à medida que o dólar se fortaleceu nas últimas horas em meio à tendência de alta dos juros dos Treasuries. Investidores aguardam uma reunião da Opep+, que decidirá hoje sobre seus níveis de produção para abril. Às 6h53 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para abril caía 0,49% na Nymex, a US$ 60,98, enquanto o do Brent para maio recuava 0,34% na ICE, a US$ 63,85. No mesmo horário, o índice DXY do dólar – que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes – se valorizava 0,28%, a 91,20 pontos.