Músicos alagoanos fazem protesto contra decreto que proíbe música ao vivo em bares por 15 dias

Categoria se reuniu na Ponta Verde e alega que está sendo o “bode expiatório” da retomada do avanço da covid-19 em Alagoas

Os músicos alagoanos estão na bronca com o governador Renan Filho, após decreto que estabelece restrições a bares e restaurantes, publicado nessa quinta-feira (23). Além de definir o horário de funcionamento para até meia noite, o decreto proíbe a apresentação de músicos ao vivo.

Não houve mudança de bandeiras dentro do Plano de Distanciamento Social Controlado. Todas as regiões do Estado, portanto, permanecem na fase azul, mas o Governo do Estado decidiu endurecer algumas medidas de enfrentamento à pandemia, diante do aumento recente dos números da Covid-19 em Alagoas.

O decreto estabelece que bares e restaurantes poderão funcionar diariamente entre as 6 horas da manhã até a zero hora do dia subsequente, sendo proibido, nestes estabelecimentos, a execução de música ao vivo pelos próximos 15 dias.

“Os serviços de organização de eventos, reuniões, celebrações e comemorações poderão funcionar até as 3 (três) horas da manhã do dia subsequente, desde que estejam previamente autorizados pelo Poder Público e cumpram todas as medidas do Protocolo Sanitário dispostas no Decreto Estadual nº 71.467, de 29 de setembro de 2020”, fixa o artigo 10º.

Para a categoria, a medida é extrema e não leva em conta a situação dramática que se encontram os músicos após um ano praticamente perdido. ” O governador proibiu, mas não disse de onde vai haver a compensação financeira. Quem vai pagar nossas contas?”, questionou o guitarrista Paulo Brito.

Paulo Brito critica medida que não pensou na renda dos profissionais

Para o músico e cantor, Paulo Sarmento, o decreto é o mesmo que levar a categoria para o carrasco. “Todo todo dia e é da música que sai o alimento de minha casa, o pagamento do aluguel, entre outras despesas. Como farei agora?”, questiona.

Paulo Sarmento pergunta como vai pagar as contas de casa, sem poder trabalhar

A cantora Gabi Leite lamenta a falta de diálogo para se decretar algo que pegou todo mundo de surpresa. ” E como faremos no final do ano? Com apresentações já marcadas, esse trabalho é o nosso décimo terceiro. Somos uma categoria que não tem direitos trabalhista. É preciso que seja revista essa medida”, pondera, Gabi.

Após a concentração, os músicos foram em caminhada até a porta do edifício onde mora o governador, na Ponta Verde. De lá, souberam que o chefe de gabinete do governo irá receber uma comissão da categoria.

Da Redação

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