NEABI-Ufal completa 40 anos: campus Arapiraca, AL, realiza evento online em celebração ao Dia da Consciência Negra com reflexões sobre o papel da universidade na luta antirracista

Inscrições para o “I Novembro Negro” são gratuitas e com direito a certificado ao final das transmissões. Evento vai acontecer do dia 17 ao dia 20 de novembro, às 19h e 20h, no canal da Prograd Ufal, no Youtube. Foram convidados para o evento lideranças quilombolas, professores, pesquisadores e estudantes

Com seus 40 anos de história, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Alagoas (NEABI-Ufal) vem conquistando espaços para compartilhar saberes, vivências e memórias do povo preto do estado dentro e fora dos muros da universidade. Há no território alagoano, especialmente no Agreste e Zona da Mata, uma gama de terras quilombolas e uma história viva que percorre as entranhas de Alagoas.

É sobre alguns desses assuntos que o NEABI-Ufal campus Arapiraca vai tratar no “I Novembro Negro”, primeiro evento online criado pelo núcleo do campus e que será realizado nos dias 17 a 20 de novembro, às 19h e 20h, transmitido no canal da Prograd Ufal, no Youtube. O evento é gratuito e com direito a certificado ao fim das transmissões, e os interessados podem se inscrever para o evento inteiro ou apenas para um dia (confira a programação completa ao final do texto).

Para Marli de Araújo, uma das organizadoras do evento, professora do curso de Serviço Social da Ufal de Palmeira dos Índios e coordenadora do NEABI de Arapiraca, o objetivo do evento é realizar uma discussão sobre o 20 de novembro, dia da Consciência Negra, diante de um cenário de desmonte e avanço do conservadorismo que coloca o racismo do Brasil como uma pauta urgente.

“Esse é o primeiro evento organizado apenas pelo NEABI Campus Arapiraca. O NEABI Ufal completa 40 anos este ano, e foi o primeiro núcleo do Brasil em 2019 em que o Consuni [Conselho Universitário) aprovou a sua extensão para outras regiões do estado. O evento vai ter como mote reflexões sobre o dia 20 de novembro, sobre pesquisas de extensão, pautas política das comunidades quilombolas e o papel dos NEABIS”, disse Araújo.

No evento terá mesas redondas, conferências e diálogos com uma equipe de profissionais da educação e dos movimentos sociais referentes à luta antirracista. A construção do evento foi coletiva junto aos coordenadores de Extensão da Unidade Palmeira dos Índios, professor Lucas Pereira e do campus Penedo, professor André Almeida. Também de pessoas do Programa de Formação Continuada em Docência do Ensino Superior (Proford), da Pró-reitoria de Graduação da Ufal (Prograd) com a colaboração de Vera Pontes em parceria com a assessora e militante da cultura Keka Rabelo.

“A gente também vai tratar no evento sobre o papel da universidade e institutos federais nesse processo de luta, uma vez que essas instituições têm NEABIs e realização de pesquisas, como também extensões que estudam sobre o tema. Uma particularidade é que estamos trazendo Juliana Borges, autora dos livros Encarceramento em massa, e Prisões: espelhos de nós; além de professores pesquisadores, discentes e lideranças das comunidades quilombolas, Carrasco, Cajá dos Negros e Mumbaça”, enfatizou Marli de Araújo.

Em caso de dúvidas e para mais informações o Instagram @neabiufal_40anos está disponível.

Um pouco da história do NEABI

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Alagoas (NEABI-Ufal) foi criado em 1980 durante a semana Zumbi, realizada na Casa Jorge de Lima, em União dos Palmares, zona da mata de Alagoas, como parte de ações do Projeto Memorial Zumbi: Parque Histórico Nacional, que conduziu estudos e pesquisas sobre a Serra da Barriga para que alcançasse o título de patrimônio nacional.

Porém, nem sempre foi chamado de NEABI, antes o núcleo se chamava de NEAB pois se tratava apenas de pesquisa sobre a diáspora africana, diálogos sobre os continentes e os Afro-brasileiros. No decorrer dos anos, de 2000 para a atualidade, pesquisadores dos núcleos e a legislação passaram a incluir nos próprios núcleos de instituições federais estudos sobre os indígenas, resultando assim em NEABI.

A primeira ação do NEABI-Ufal da década de 80, durante sua criação, foi convidar o professor Décio Freitas, que foi o primeiro diretor do núcleo. A primeira programação daquele ano incluiu estudos e apresentações do folguedo folclórico, missa de violeiro, solenidade em União dos Palmares, comemoração no Alto da Serra da Barriga, que era um potente ponto turístico da época.

Confira abaixo a programação completa:

I Novembro Negro
Lema: “Enquanto houver racismo, não haverá democracia”
Neabi Ufal – Arapiraca
Dias: 17 a 20 de novembro
Horários: 19h e 20h
Local: Canal da Prograd Ufal, no Youtube
Inscrições: http://www.encurtador.com.br/cnDPV
Mais informações: Instagram @neabiufal_40anos

Dia 17
19h – Conferência 1
Abolição penal e 20 de novembro: significados da luta

Conferencista: Juliana Borges (Carta Capital)
Mediação: Paulo Simões (Neabi/Campus Arapiraca)

20h – Conferência 2
Lutas e Liberdades Negras no Agreste alagoano

Conferencista: ngela Leite (Uneal)
Mediação: Lucas Pereira (Ufal)

Dia 18
19h – Mesa 1
Extensão Universitária e população negra no semiárido alagoano

Debatedores: Valéria Cavalcante (Ufal), Antônio Damasceno (PET Nesal)
Ester Viegas (Ufal), Nayane Alves (Ufal), João Pedro Viana (Ufal)
Mediação: André Almeida (Ufal)

Apresentação cultural: Cosme Rogério

20h – Mesa 2
Diálogos e pesquisas: Histórias, vidas e buscas

Debatedores: Saulo Luders (Ufal), Maria Aparecida Santos (Ufal), e Antônio Cesar Holanda (Ufal)
Mediação: Marli Araújo (Neabi/Campus Arapiraca)

Dia 19
19h – Conferência 3
Lideranças Quilombolas do Agreste alagoano: Histórias e reivindicações

Conferencistas: Israel Oliveira (quilombola dos Cajá dos Negros), Genilda Queiroz (Coordenadora da coordenação feminina Quilombola de Alagoas “As Dandaras”, e quilombola do Carrasco – Arapiraca) e Manoel Oliveira BIE (Coordenador geral das comunidades quilombolas do estado de Alagoas e coordenador nacional da Conaq. Comunidade de Mumbaça – Traipu)

Mediação: Keka Rabelo (Militante do Campo da Memória de Grupos e Comunidades Culturais/ Movimento dos Povos das Lagoas e Coordenadora Adjunta do Projeto Bureau de Comunicação Comunitária dos Movimentos Sociais Culturais e Agerp- UFAL)

Dia 20
19h – Mesa 3
NEABIs do Agreste alagoano: o papel dos NEABIs

Debatedores: Marli Araújo (NEABI Ufal, campus Arapiraca), Fabiana Machado (NEABI Ifal Palmeira), Rodrigo Abrahão (NEABI Ifal Arapiraca) e Eliza Vianna (NEABI Ifal Penedo)

Mediação: Lucas Pereira (Ufal) e André Almeida (Ufal)

Texto de Jamerson Soares, bolsista do curso de Jornalismo e integrante do projeto de extensão Comunicação Comunitária da Ufal, coordenado pela professora de Relações Públicas Manuella Calou, com coordenação adjunta da assessora e militante cultural Keka Rabelo.

Fonte Ascom

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