Um incêndio atinge o Hospital Federal de Bonsucesso, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Rio, na manhã desta terça-feira. Ainda não há informações sobre feridos por causa das chamas. O fogo começou no prédio 1. Pacientes estão sendo retirados para outras áreas do hospital. Eles saem em macas com cilindro de oxigênio, muitos indo para ambulâncias. Alguns estão sendo levados para um galpão de pneus em frente ao hospital, chamado Rio Paiva Pneus.
A prioridade foi a evacuação do prédio, retirando todos os pacientes. No andar de onde parece sair parte da fumaça, funcionaria uma enfermaria. Uma sala de raio-x faz os atendimentos abaixo desse andar, segundo a assessoria de imprensa do hospital.

Após a retirada de todos os pacientes, que ocupam o pátio da unidade, funcionários tiram equipamentos e documentação de áreas que podem acessar.
O Centro de Operações Rio (COR) informou que por causa do incêndio a Avenida Londres está interditada a partir da Avenida Brasil. Há equipes da Polícia Militar e da CET-Rio no local. Há retenções da região.
A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros informou que equipes do quartel do Fundão foram acionadas às 9h50.
Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio (SinMed RJ) Alexandre Telles contou que chegou ao hospital por volta de 9h30 para um compromisso e que o incêndio começou cerca de dez minutos depois, próximo à sala de Raio-X.
— Bombeiros levaram 20 minutos para chegar. Situação é difícil e a evacuação foi feita às pressas. Os profissionais estavam transportando pacientes em macas, lençóis, alguns deles em casos graves, entubados. Isso é prova de que a falta de manutenção dentro dos hospitais — o que denunciamos — é uma bomba relógio e coloca pacientes em risco. É preciso investimento em manutenção predial — ressalta.
O Hospital Federal de Bonsucesso faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS) desde os anos 1990. De acordo com o site da instituição, a unidade é a maior da rede pública do Estado do Rio de Janeiro em volume geral de atendimentos mensais. Em média, são realizadas 15 mil consultas ambulatoriais, 1.300 internações, 1.200 atendimentos de emergência, 120 mil exames laboratoriais e 5 mil exames de imagem no local por mês. A unidade é referência em procedimentos cirúrgicos e oferece atendimento para mais de 50 especialidades médicas.
Em março, o hospital foi anunciado pelo Ministério da Saúde como referência para o tratamento de pacientes com Covid-19 no Rio. Foram liberadas 240 vagas exclusivas para a doença. Em maio, o GLOBO mostrou que funcionário do local se queixavam da transformação, que teria feito com que unidade se tornasse um “prédio fantasma”, deixando de oferecer 28 serviços especializados de média e alta complexidade no prédio 1. Na época, o diretor do corpo clínico do hospital, Julio Noronha, classificou a decisão como um “erro”.
— Foi um erro estratégico acabar com o Hospital Federal de Bonsucesso. É uma desgraça. Agora ele não é nem referência em tratamento para Covid-19 nem o hospital que era.— avaliou.
**Informações O Globo